A Pedra Teresa
Já vestiu a cueca do irmão, pra saber como é ser menino. Já virou bicho, pra surpresa do cachorro Ovídio. E já foi planta, enfiada por uma tarde num buraco do jardim.
Hoje ela decretou feriado e resolveu investigar o reino dos minerais.
Pra entender eu preciso ser, disse ela. E saiu rumo ao barranco da pracinha, disposta a se fazer de pedra.
Calcário, ametista ou turmalina? Cristal, granito ou piroclasto? Xisto verde, carvão ou pérola? Ardósia, mármore ou varvito? Com tantos tipos, em qual pedra ela vai se transformar?
Teresa Mineral deitou-se sobre a grama, perto do barranco. E ficou lá, encolhida, absolutamente parada. Fechou os olhos, deixou de pensar e só respirava o necessário.
Pra não fazer nada é preciso muita concentração. Experimenta ficar um minuto sem se mexer. Agora imagine ficar assim por mais de um milhão de anos. E sem reclamar.
Pedra tem a vantagem de nunca morrer. Só o que faz é esfarelar. Por isso dura tanto, desde que o mundo existe.
A Pedra Teresa já estava ali na beira do barranco, encolhida, há uns dez minutos. Foi quando sentiu uma vontade louca de espirrar. E toda criança sabe que pedra jamais espirra. E sabe também que uma das coisas mais difíceis do universo é segurar um espirro. Teresa tentou prender o ar, mexeu o nariz, revirou os olhos, mas... Atchiiiiiiiiim...
Lá se foi ela, rolando pelo barranco.
Só parou quando bateu num banco da pracinha.
Doeu, claro. Se fosse pedra de verdade, talvez ela nem sentisse. Dizem que os minerais não sentem nada: nem dor, nem saudade, nem amor.
Teresa deu de pensar enquanto soprava o machucado. Concluiu que vida de pedra é dureza. E que ela estava muito feliz por ser gente, mesmo esfolada.
Amanhã, quando a ferida formar casquinha, aposto que ela vai continuar querendo. Querendo entender essa coisa gigante e misteriosa que é o mundo em que vivemos. SOBRE OS AUTORES
Marcelo Romagnoli criou as histórias da menina Teresa, que estreou numa peça de teatro e agora ganha uma série na Folhinha. Ele é ator, dramaturgo e diretor de peças premiadas como "Felizardo" e "Sapecado", ambas encenadas com a Banda Mirim.
Aline Abreu fez as ilustrações de Teresa. Ela é autora e ilustradora de livros como "Mamãe Sabe Quase Tudo", "Papai É Quase um Herói" e "Cada Família É de um Jeito", da editora DCL. O site dela é http://www.alineabreu.com.br/.
Fonte: Folhinha, 13/03/2010
Acesso em 31/03/2010
TEXTO 2
Você já ouviu falar de João Grilo?... João Grilo é o personagem sagaz, capaz de resolver enigmas e dar solução a qualquer problema. Há muitas histórias engraçadas com esse personagem, principalmente na literatura de Cordel. Assim ele é descrito nos poemas:
"João Grilo foi um cristão
que nasceu antes do dia,
criou-se sem formosura,
mas tinha sabedoria
e morreu depois da hora
pelas artes que fazia ."
"João Grilo foi um cristão
que nasceu antes do dia,
criou-se sem formosura,
mas tinha sabedoria
e morreu depois da hora
pelas artes que fazia ."
Conheça este conto do herói da literatura de cordel:
Grilo, o adivinho
Certa vez um mordomo, uma criada e um cozinheiro roubaram um anel que pertencia a um rei. Aflito para recuperar a joia, o rei publicou um anúncio que dizia: “Procura-se adivinho”.
Um marinheiro pobre e faminto, chamado Grilo, leu o anúncio e pensou: “Com um emprego desse eu poderia comer três vezes ao dia”. Assim, apresentou-se no palácio como adivinho, vendo-se encarregado de descobrir o paradeiro do anel.
Como já era noite e estava cansado, pediu licença para dormir e só agir no dia seguinte.
Quando acordou, pela manhã, o mordomo levou-lhe o desjejum. Grilo, que só pensava nos três pratos de comida diários, exclamou: “Aí vem o primeiro!”. Nem bem ouviu isso, o mordomo saiu correndo.
Ao meio-dia a criada apareceu com seu almoço, e Grilo, que ainda estava faminto, sonhando com suas três refeições, exclamou: “Eis aí a segunda!”. A criada estremeceu e foi embora.
Às sete horas da noite o cozinheiro lhe serviu o jantar, e Grilo, lambendo os beiços, exclamou: “E aí vem o terceiro!”.
Em vez de fugir, o cozinheiro implorou: “Por piedade, não conte nada ao rei! Dou-lhe cinquenta dólares por seu silêncio!”.
Grilo, que conseguia ser muito esperto quando estava com a barriga cheia, falou: “Passe para cá o dinheiro e coloque o anel no papo do peru”. Depois procurou o soberano e lhe disse: “Majestade, se mandar cortar o pescoço do peru, encontrará seu anel”.
O rei assim fez e, ao recuperar sua preciosa jóia, não só cobriu o marinheiro de presentes como organizou uma grande festa, para que seus amigos conhecessem o prodigioso adivinho. “Podem propor qualquer enigma”, disse-lhes. “Ele nunca erra”.
Um dos convidados pegou um grilo no jardim e perguntou ao marinheiro: “O que é que eu tenho na mão?”.
Grilo ficou em silêncio, pois não tinha a menor idéia do que se tratava. Os amigos do rei o fitavam, cada vez mais desconfiado.
Após alguns instantes, o monarca perdeu a paciência e berrou: “Ou você fala, ou vai fazer companhia ao peru!”.
“Aí, Grilo, em que mão tu te meteste!”, o marujo exclamou.
O convidado abriu a mão, o grilo saiu pulando, e o rei, satisfeito, premiou o marinheiro com uma grande fortuna, que lhe permitiu tomar três refeições por dia até o fim da vida.
PHILIP, Neil. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Cia das Letrinhas, 1998.
Como já era noite e estava cansado, pediu licença para dormir e só agir no dia seguinte.
Quando acordou, pela manhã, o mordomo levou-lhe o desjejum. Grilo, que só pensava nos três pratos de comida diários, exclamou: “Aí vem o primeiro!”. Nem bem ouviu isso, o mordomo saiu correndo.
Ao meio-dia a criada apareceu com seu almoço, e Grilo, que ainda estava faminto, sonhando com suas três refeições, exclamou: “Eis aí a segunda!”. A criada estremeceu e foi embora.
Às sete horas da noite o cozinheiro lhe serviu o jantar, e Grilo, lambendo os beiços, exclamou: “E aí vem o terceiro!”.
Em vez de fugir, o cozinheiro implorou: “Por piedade, não conte nada ao rei! Dou-lhe cinquenta dólares por seu silêncio!”.
Grilo, que conseguia ser muito esperto quando estava com a barriga cheia, falou: “Passe para cá o dinheiro e coloque o anel no papo do peru”. Depois procurou o soberano e lhe disse: “Majestade, se mandar cortar o pescoço do peru, encontrará seu anel”.
O rei assim fez e, ao recuperar sua preciosa jóia, não só cobriu o marinheiro de presentes como organizou uma grande festa, para que seus amigos conhecessem o prodigioso adivinho. “Podem propor qualquer enigma”, disse-lhes. “Ele nunca erra”.
Um dos convidados pegou um grilo no jardim e perguntou ao marinheiro: “O que é que eu tenho na mão?”.
Grilo ficou em silêncio, pois não tinha a menor idéia do que se tratava. Os amigos do rei o fitavam, cada vez mais desconfiado.
Após alguns instantes, o monarca perdeu a paciência e berrou: “Ou você fala, ou vai fazer companhia ao peru!”.
“Aí, Grilo, em que mão tu te meteste!”, o marujo exclamou.
O convidado abriu a mão, o grilo saiu pulando, e o rei, satisfeito, premiou o marinheiro com uma grande fortuna, que lhe permitiu tomar três refeições por dia até o fim da vida.
PHILIP, Neil. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Cia das Letrinhas, 1998.
Você leu duas histórias, que pertencem a gêneros diferentes: a primeira é uma minissérie e a segunda, um conto popular.
Qual texto chamou mais sua atenção?...Por quê?...
13 comentários:
adorei o que a vero e a marcia fizeram foi muito legal ...........tb e melhorpara nos no 5°anos estudar mais facil e melhor pra prova quando vc vai fazer a prova vc ja sabe o que que diz o texto e o que que e pra fazer vero te adoro muito muito vc tb marcia bjs monique
Eu prefiro o primeiro pois acho mais legal o jeito de contar uma história e acho que essa história muito engraçada!!
Bjss Ro*
oi eu adorei ana luisa5 ano b
Oi Veronice e Marcia.
eu adorei as duas historias pois são muto lagais
josé 5B
oi vero,eu gostei mais do texto da tereza porque e curioso como ela tenta ser pedra e nao tem a noçao de que e impossivel ser uma .beijos responda hein?? isa ruivo 5 ano b
Oi Vero e Marcia
Eu gostei mais do texto da Pedra Teresa não só por ser o nome da minha mãe mais porque achei mais engraçado.
Beijos Ju
Vero nao consigo me decidir os textos sao muito bacanas adorei todos.
Mais tambem ne Vero nao tem 1 postagensinha sua que nao e bacana ne entao poste mais para eu deixar comentarios!!!
RESPONDA
bjs Isinha Marques 5ºB
Olá, Isa!
Fico feliz com sua aprovação sobre as postagens! Que bom!
Pode deixar que nesta semana terão outras. Iremos à Estação Ciência, então já viu, não é?...Será ótimo para aprender e terá bastante conteúdo para o Blog.
Beijos.
eu achei o primeiro texto pois não gostei muito do segundo mas gostei do primeiro
Para mim a segunda historia foi mais legal, por causa que eu adorei a ideia desse escritor.
eu gostei mais da segunda história porque eu até que gostaria de poder conseguir algo que eu quisesse muito e também poder comer bastante.
kenzo 5º A
Oiii Eu achei a o texto 2 mais interessante ! Pois ele conta uma que o genero é um conto popular ! e é o que eu mais gosto ! e o texto 1 tb é legal mais nao é interessante pro meu gosto !
E poarabens pelo jeito super legal de estudar pra prova !!!
Bjssssssssssssssssssss
Oi Verô e Márcia,
Eu gostei mais do primeiro texto, pois as mudanças experimentadas por Teresa para conheçer melhor o mundo, nos faz dispertar a curiosidade em aprender sempre coisas novas.
Obs: Também gostei do esperto João Grilo, pois pela sorte advinhou que era um grilo.
Bjss Rafa*
Postar um comentário