A BOLSA AMARELA
CAPA DO LIVRO A BOLSA AMARELA |
Eles
a consideram uma criança, ou seja, alguém sem conhecimento de
nada, e não lhe dão atenção alguma, o que a leva a guardar dentro de si mesma
três desejos secretos: ser um garoto, seguir a carreira literária e crescer
velozmente. Raquel desconhece, na verdade, algo fundamental, quem ela realmente
é, pois passa por um período de transição, no qual já não é mais uma menina,
mas também ainda não pode ser considerada uma adolescente.
A partir
de um certo momento, a protagonista ganha uma bolsa amarela e, então, passa a
guardar em seu interior tudo que se passa em sua alma, suas vontades e
expectativas mais intensas. Deste ponto em diante muitos acontecimentos
imaginários e concretos, mesclados uns aos outros, passam a ocorrer.
Sem
poder contar com a compreensão alheia, ela observa muito atentamente o que
acontece a sua volta, e desenvolve o hábito de se corresponder com companheiros
invisíveis e fictícios. Com a bolsa amarela em mãos, ela agora tem onde
depositar tudo que se passa em seu íntimo, pois nela há espaço para tudo, desde
alguns galos até uma sombrinha representada por uma personagem feminina, e
outras tantas narrativas criadas pela protagonista, que também é a narradora do
livro.
Lygia
tem o dom de captar com
nitidez a essência do universo das crianças e de retratar a sua alma, sempre de
uma forma leve e engraçada. Ela envolve de tal forma o leitor, seja ele o
público infantil ou o adulto, que com certeza sua leitura se torna
inesquecível. Nesta obra a autora consegue transcender sua própria prática
literária, pois A Bolsa Amarela traz em si uma lição de vida
única.
Raquel
cria um mundo mágico
para si mesma ao tentar fugir de um lugar ao qual não sente pertencer, pois,
afinal, criança não tem direito a ter vontades; por isso mesmo ela logo inventa
três delas para sua vida e, a partir deste universo particular, narra ao
leitor, seu cúmplice, a jornada de cada dia, não apenas a sua, mas a de toda a
família. Os próprios irmãos reconhecem seu dom de inventar histórias.
Lygia
Bojunga Nunes nasceu na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, no dia 26 de
agosto de 1932. Inicialmente seu sonho era ser atriz, carreira que ela
desenvolveu no rádio e nos palcos teatrais antes de optar definitivamente pela
literatura. Sua trajetória literária se concretizou com a publicação de Os
Colegas, de 1972, e se tornou ainda mais consistente com o lançamento de
Angélica, editada em 1975.
Em 1982
ela foi agraciada com o Prêmio Hans Christian Andersen, mais significativa
distinção literária na esfera da literatura infanto-juvenil. Com Os Colegas ela
já havia alcançado o topo dos premiados no Concurso de Literatura Infantil do
Instituto Nacional do Livro, em 1971. Sua produção se consagrou tanto nacional
quanto internacionalmente
Um comentário:
foi muito fácil essa prova !!!!
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