segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VERIFICAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA - TEXTO

VERIFICAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 4º BIMESTRE
Contar e encantar é o objetivo de todo contador de histórias. E o encantamento pode estar não só no que se conta, mas também na forma de contar. Alguns textos combinam, em sua forma, poesia e prosa. E são contados em prosa poética.
“Espantalho tão bonito e elegante nunca se tinha
Visto por aquelas redondezas...”
Assim começa a narrativa que você vai ler agora. Preste atenção porque, nesta história, o jeito de contar é bastante diferente do jeito como são narrados os contos, que você conhece.
Você sabe o que é um espantalho?
O dicionário diz que espantalho é um boneco em tamanho natural que, no campo, serve para espantar aves que se alimentam das plantações.
Conheça agora o espantalho montado por Dito Ferreira.
Ele montou um espantalho muito diferente, um verdadeiro “espanto”.


Fiapo de trapo
                                                                                  Ana Maria Machado

Espantalho tão bonito e elegante nunca se tinha visto por aquelas redondezas. Nem por outras, que ele era mesmo carregado de belezas. Precisava só ouvir a conversinha do Dito Ferreira enquanto montava o espantalho, todo orgulhoso do seu trabalho:
— Nunca vi coisa igual. O patrão caprichou de verdade. Vai botar no campo um espantalho com roupa de gente ir à festa na cidade.
E era mesmo. Tudo roupa velha, claro, como convém a um espantalho que se preza. Mas da melhor qualidade, roupa de se ir à igreja em dia de procissão e reza.
Dito Ferreira mostrava todo prosa:
— Esse chapéu é de um tal de veludo. E vejam que beleza essa camisa cor-de-rosa. Tem até coração bordado... O patrãozinho pensou em tudo. Com uma gravata de seda, fez esse cinto estampado. Até a palha do recheio é toda macia e cheirosa.
Não é que era mesmo, a danada? Tinha um perfume forte, que ajudava a espantar a passarada.
Ah, porque é preciso também dizer que aquilo tudo dava certo, funcionava tanto... O espantalho elegante era mesmo um espanto. Passarinho nem chegava perto. E lá ficava sozinho, espetado no milharal deserto.
O patrão ficava feliz com um defensor tão eficiente. Dito Ferreira se alegrava com aquela figura imponente. Que espantalho diferente! Só que eles nem sabiam que diferença era essa.
Como todo espantalho, esse não andava nem falava, mas tinha o dom de poder sentir as coisas ao seu jeito — para um boneco de palha, isso era um grande defeito.
E era só por causa do desenho que tinha bordado no peito. Linhas de cor em forma de coração — e pronto, lá estava o pobre espantalho sofrendo com a solidão! Ninguém se aproximava dele, ninguém fazia um carinho, e ele ficava tão triste, só, espantando passarinho...
De longe via uma passarada, de todo tipo e feição. Pintassilgo e saíra, cambaxirra e corruíra, rolinha e corrupião. Pássaro de toda cor, de todo canto e tamanho, de todo a-e-i-o-u — sabiá, tié, bem-te-vi, curió e nhambu. Vontade de chamar:
—Vem cá me ver, bem-te-vi! Vontade de mostrar:
— Tico-tico, olha lá o teco-teco!
Mas não adiantava. Ninguém chegava perto. E o tempo passava. Horas e dias, dias e semanas, semanas e meses, meses e anos.


E o espantalho ficava no tempo. No bom tempo e no mau tempo. No sol que queimava e na chuva que molhava. No mormaço que fervia e no vento que zunia.
E seu cheiro se gastava, sua cor se desbotava, sua seda desfiava, seu veludo se puía.
Até que um dia...
No tempo tem sempre um dia. Um dia em que muda o tempo e um tempo novo se inicia.
Pois foi o que aconteceu. Houve um dia em que choveu. Mas não foi chuva miúda, foi pra valer, de verdade, foi mesmo um deus-nos-acuda, uma imensa tempestade, de granizo, raio, vendaval, com aguaceiro e temporal, chuva de muito trovão que virou inundação.
Quando a chuvarada passou e o sol voltou, um arco-íris no céu se formou. E na beleza do dia novo, azul lavado, vieram os pássaros, em bando assanhado, ocupando todo o campo, ciscando no milharal. Livres, soltos, à vontade, numa alegria sem igual.
Foi aí que Dito Ferreira reparou:
— Cadê o espantalho velho?
Saiu todo mundo procurando. Não acharam. Nem podiam achar. Ele tinha desmanchado, tinha sido carregado, pelo vento espalhado, pela chuva semeado, com a terra misturado, plantado naquele chão, sua palha adubando muito pé de solidão.
Do que sobrou por aí, foi tudo virando ninho, protegendo com carinho filhotes que iam nascer. Veludo em trapos, seda em farrapos, coração bordado em fiapos, maciezas boas de se aquecer. E hoje em dia, sua palha misturada na terra ajuda a plantação a crescer.
Os trapos de sua seda, o seu forro de bom cheiro, farrapos de seu veludo se espalham desde o galinheiro até a mais alta árvore que tenha um ninho barbudo.
E em cada ovo que nasce ali por aquele lugar, cada ninhada que se achega à procura de calor, em cada vida a brotar, em cada marca de amor, seu coração sobrevive num fiapinho de cor.

MACHADO, Ana Maria. Quem perde ganha. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.



Ana Maria Machado (Rio de Janeiro, RJ, 1941): escreveu mais de cem livros. Em 2000, ganhou o prêmio internacional mais importante de literatura infantil, o Hans Christian Andersen.

Seu livro Quem perde ganha traz histórias em prosa poética, cheias de jogos e de significados.

domingo, 9 de novembro de 2014

PASTORAL DA CRIANÇA - 5º E

"Sensibilizar alunos para realidades diferentes, oportunizando vivências e ações de solidariedade e cooperação em prol do seu semelhantes": eis um dos objetivos do projeto do 5º ano com aPastoral da Criança, na Comunidade Santa Clara São Francisco.

  • PREPARANDO AS "SACOLINHAS DE NATAL" DAS CRIANÇAS DA COMUNIDADE....




















NO DIA 08/11, PARTIMOS RUMO À COMUNIDADE...

































OFICINA DE NATAL DADA PELA PROFESSORA ANA CLÁUDIA!
AS MÃES PARTICIPARAM ATIVAMENTE!






HORA DO LANCHE COMUNITÁRIO....



A GRANDE EXPECTATIVA DESTA MANHÃ ... PAPAI NOEL JÁ BRINCOU E AGORA VAI PRESENTEAR!










Oferecer a possibilidade dos alunos atuarem de forma responsável e solidária faz do Projeto "Conte Comigo" do 5º ano uma experiência única e inesquecível!











"NADA É MAIOR QUE A SOLIDARIEDADE. POR ELA A GENTE NÃO AGRADECE; SE ALEGRA."









"MAIS DO QUE INTELIGÊNCIA, PRECISAMOS DE AFEIÇÃO E DOÇURA"

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
  • ALUNOS DO 5º E;
  • ORIENTADORA MARCIA ALMIRALL;
  • PROFESSORES: JOSÉ RICARDO (ZECA),ANA CLÁUDIA E VERONICE LEAL;
  • SR. HEITOR SANCHES (PAPAI NOEL);
  • AUXILIAR DE ENSINO: EDUARDO PARRUCCI;
  • COMUNIDADE SANTA CLARA/ SÃO FRANCISCO.